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estudos

23/08/2019

Série heróis da fé – Elias

Introdução

Elias (em hebraico: “Meu Deus é Yauh”) foi um profeta e taumaturgo que viveu no reino de Israel durante o reinado de Acabe. Este nome pode ser um título aplicado a ele devido ao seu questionamento ao culto de Baal.

 

Elias defendeu o culto de Yauh contra a veneração do deus canaanita Baal (que era considerado um culto idólatra). Referências a Elias aparecem no Talmude, na Mishná no Novo Testamento e no Corão.

 

No cristianismo, no Novo Testamento, tanto Jesus quanto João Batista foram comparados com Elias e, em determinadas ocasiões, tidos como manifestações dele. Além disso, Elias aparece juntamente com Moisés durante a Transfiguração de Jesus.

 

No islamismo o Corão descreve Elias como um profeta de Yauh que pregou intensamente contra o culto a Baal.

 

 

Contexto histórico-geográfico

 

No século IX a.C., o Reino de Israel, que havia sido unido pelo rei Salomão, foi dividido em dois durante o reinado de seu filho, o rei Roboão: o Reino de Israel no norte, e o Reino de Judá no sul.

 

Este seguia mantendo a sede histórica de governo e foco da religião no Templo de Jerusalém. Omri, rei de Israel (norte), manteve em prática políticas que datavam do reinado de Jeroboão, contrárias às leis de Moisés.
Sua política, que visava reorientar o foco religioso para longe da cidade de Jerusalém, encorajava a construção de altares e templos locais para a realização de sacrifícios, a indicação de sacerdotes que não pertenciam à família dos levitas, permitindo e encorajando a construção de templos dedicados ao deus canaanita Baal. Omri conseguiu uma situação doméstica segura através de uma aliança obtida com o casamento de seu filho Acabe com a princesa Jezabel, uma sacerdotisa de Baal, filha do rei de Sidon, na Fenícia. Estas soluções políticas trouxeram segurança e prosperidade econômica para Israel por algum tempo, porém não lograram obter paz com os profetas seguidores da lei mosaica.

 

Como rei, Acabe aumentou estas tensões. Ele permitiu o culto a um deus estrangeiro dentro de seu próprio palácio, construiu ali um templo para Baal e
permitiu que Jezabel trouxesse consigo um grande séquito de sacerdotes e profetas de Baal para Israel. Neste contexto Elias é apresentado em 1 Reis 17.1 como “Elias, o tesbita” (natural de Tesbe).

 

Ele alerta Acabe que se seguirão anos de uma seca tão catastrófica que nem mesmo o orvalho cairá porque Acabe e sua rainha teriam “feito o mal aos olhos do Senhor.”

 

A acusação feita por Elias é ousada e direta. Baal era o deus canaanita responsável pela chuva, pelo trovão, pelo relâmpago e pelo orvalho. Elias desafia não só Baal, mas também Jezabel, seus sacerdotes, Acabe e o próprio
povo de Israel.

 

 

Viúva de Sarepta

 

 

Após Elias confrontar Acabe, o Senhor lhe ordena que fuja de Israel para um esconderijo ao lado do riacho de Carit, a leste do rio Jordão, onde ele é alimentado por corvos. Quando o rio seca o Senhor lhe ordena que vá para uma viúva que habita na cidade de Sarepta, na Fenícia. Quando Elias a encontra e lhe pede que o alimente, ela afirma que não tem comida suficiente para manter vivos ela e o próprio filho. Elias afirma que Deus não deixará que sua reserva de farinha e azeite se esgote. Ela o alimenta com tudo o que resta de sua comida e a promessa de Elias miraculosamente se realiza. A mulher recebe a bênção prometida.

 

Algum tempo depois o filho da viúva morre e ela reclama furiosa: “Vieste, pois, à minha casa para lembrar-me os meus pecados e matar o meu filho?” Movido por uma fé semelhante à de Abraão (Romanos 4:17, Hebreus 11:19), Elias ora a Deus para que ele ressuscite o menino demonstrando assim a veracidade e a confiabilidade de sua palavra. 1Reis 17.22 relata então como o Senhor “ouviu a oração de Elias e o menino recuperou a vida”. Este é o primeiro exemplo de uma ressurreição relatada nas Escrituras. Esta viúva, que nem sequer era israelita, recebeu a maior bênção – a única esperança de uma viúva numa sociedade antiga. A viúva então exclamou: “Agora vejo que és um homem de Deus e que a palavra do Senhor está verdadeiramente em teus lábios”, fazendo assim uma profissão de fé que nem mesmo os israelitas haviam feito. Depois de mais de três anos de seca e fome, Deus ordena a Elias que retorne a Acabe e anuncie o fim da seca, não devido a qualquer tipo de arrependimento por parte dos israelitas, mas para se revelar novamente ao seu povo.

 

 

Desafio a Baal

 

Elias repreende tanto o povo de Israel quanto Acabe por tolerar o culto a Baal. “Até quando ficarão pulando de um lado para outro?” (1 Reis, 18:21). Elias fala com uma ironia afiada: Israel, ao se envolver nesta ambivalência religiosa, estaria tomando parte numa “dança” religiosa fútil e selvagem.

 

Neste ponto Elias propõe um teste direto dos poderes de Baal e o Senhor. O povo de Israel, 450 profetas de Baal e 400 profetas de Aserá (outro ídolo dos fenícios) são convocados ao Monte Carmelo. Lá, dois altares são erguidos, um para Baal e um para o Senhor (Yauh), sobre os quais madeira é colocada. Dois bois são sacrificados, cortados em pedaços e colocados sobre a madeira. Elias pede então aos sacerdotes de Baal que orem para que o fogo acenda sob o sacrifício. Eles oram de manhã até o meio-dia sem sucesso. Elias ridiculariza seus esforços e eles respondem cortando a si mesmos e derramando seu próprio sangue sobre o sacrifício (a mutilação do próprio corpo era estritamente proibida pela lei mosaica). Os sacerdotes continuam a orar até o anoitecer sem sucesso.

 

Elias ordena então que o altar do Senhor seja encharcado com água (1 Rs 18.33- 34) e ora. O fogo do Senhor desce do céu consumindo a água, o sacrifício e as pedras do altar. Elias aproveita-se da situação e ordena a morte dos sacerdotes de Baal. Ora com fervor para que a chuva volte a cair sobre a terra – o que acontece simbolizando o fim da fome.

 

 

Elias no Monte Horebe

 

Jezabel, enfurecida porque Elias ordenou a morte de seus sacerdotes, ameaça matá-lo (1 Reis, 19:1-13). Elias foge então para Berseba, no Reino de Judá, e de lá segue pelo deserto até que finalmente se senta sob um arbusto e pede a Deus que o mate. Ali adormece. Ao despertar, ele encontra ao lado de si pão e água. Um anjo ordena que volte a comer e beber pois tem diante de si uma longa jornada. Elias viaja por quarenta dias e quarenta noites até o Monte Horebe, onde Moisés havia recebido os Dez Mandamentos. Lá ele procura abrigo numa caverna. O Senhor novamente volta a falar com ele (1 Rs 19:9): “Que fazes aqui, Elias?” Elias fala de maneira evasiva deixando a entender que o trabalho que o Senhor havia começado séculos antes não havia levado a lugar algum e que seus próprios esforços haviam sido em vão. Elias reclama com amargura a respeito da impiedade dos israelitas e afirma que ele era “o único que havia ficado”. Um vento terrível, um terremoto e um fogo assustador passam por ele porém Deus não se revela neles. Elias ouve então o “murmúrio de uma brisa
ligeira” que lhe pergunta novamente: “Que fazes aqui, Elias?”. Elias novamente responde com o mesmo lamento, mostrando que não compreendeu a importância da revelação divina. Deus então ordena que ele parta novamente; desta vez para Damasco, para ungir Hazael como rei da Síria, Jeú como rei de Israel, e Eliseu como seu próprio substituto.

 

 

Vinha de Nabote

 

Elias encontra Acabe novamente após ele ter adquirido uma vinha através de um assassinato (1 Reis 21). Acabe desejava obter a vinha de Nabote em Jezreel e para isso ofereceu uma vinha melhor ou um preço justo pelo terreno. Nabote, no entanto, fala a Acabe que o Senhor lhe ordenou que não se desfizesse do terreno. Acabe aceita a resposta com irritação e mau humor mas Jezabel desenvolve um plano para adquirir o terreno: ela envia cartas em nome de Acabe aos nobres que viviam nas proximidades de Nabote, para que organizassem um banquete e o convidassem. Neste banquete, uma falsa acusação de blasfêmia e ofensas contra Acabe seriam feitas contra Nabote. O plano é posto em prática, e Nabote acaba sendo apedrejado até a morte. Quando ouve a notícia de que Nabote está morto, Jezabel diz a Acabe que ele já pode se apoderar da vinha.

 

Elias confronta Acabe com uma profecia: “No mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, lamberão também o teu.” (1 Rs 21:19). Afirmou que todo o reino rejeitará a autoridade de Acabe, que Jezabel será devorada por cães em Jezreel, e que todos os membros de sua família serão devorados por cães ou por pássaros. Ao ouvir isso, Acabe se arrependeu de tal maneira que rasgou suas vestes, cobriu-se com um saco e entrou em jejum. Deus então desiste de puni-lo, porém insiste em punir Jezabel e seu filho Ocozia.

 

 

Arrebatamento

 

Elias, juntamente com Eliseu, se aproxima do rio Jordão. Lá ele dobra seu manto e golpeia a água (2 Rs 2:8); imediatamente a água se divide permitindo que Elias e Eliseu caminhem em meio a ela. Repentinamente surge uma carruagem de fogo acompanhada por cavalos igualmente em chamas levantando Elias sobre um turbilhão. Enquanto ele é erguido, seu manto cai sobre o solo de onde é apanhado por Eliseu.

 

 

Reflexão

 

A seca – Deus não está mudo. Ele fala a linguagem que todos podem entender, a linguagem da Natureza: secas, enchentes, temporais, terremotos, etc.

 

Horebe – Deus manifesta seu poder no vento, terremoto e fogo mas edifica sua igreja na branda aragem do Espírito Santo levando ao arrependimento e à fé.

 

Vinha de Nabote – O pecado começa com a cobiça. Devemos vigiar os pensamentos e desejos secretos.